“Eu prefiro trabalhar com homens.”
Quem já ouviu essa frase dita por alguma mulher? Ou pior, quem já pensou ou disse essa frase sendo mulher? Infelizmente, respondo ‘sim’ às duas perguntas… Já disse isso há alguns anos achando mesmo que era melhor trabalhar com colegas do sexo masculino, mas recentemente ouvi essa frase de uma mulher e vi o quanto ela dói. Dói, porque essa frase carrega mil estereótipos com ela: prefere-se trabalhar com homens porque se acha que mulher é fofoqueira, é sentimental, é o sexo frágil, gosta de puxar o tapete da outra etc. enquanto que os homens não, são excelentes profissionais, focados no trabalho, práticos, amigos. (sqn, né? Ou não sempre, pelo menos.)
A verdade é que se tu preferes trabalhar com um gênero ao invés de outro, desconfio que o problema seja tu, que não sabe lidar com o gênero em questão, não achas? Porque esse conceito de mulher estereotipada já não cola mais né? Depois que eu ouvi essa frase de uma mulher eu me dei conta de como, na verdade, eu gostava muito trabalhar com outras mulheres… Porque a maioria das mulheres que eu conheço e com quem eu trabalho hoje são parceiras, seja para um projeto longo que exige muita dedicação, ou para emprestar aquele batom depois do almoço; são focadas e trabalham muito bem, obrigada, mas também são sensíveis para entender uma TPM; são multitarefas e conseguem equilibrar um dia de trabalho com foco no resultado e leveza de assuntos do dia a dia (que não necessariamente se resumem à novela e filhos); sem falar no movimento coletivo que acontece quando alguém precisa de um absorvente e não tem; enfim, são pessoas com uma inteligência emocional frequentemente mais evoluída devido aos diversos papéis que ocupam na vida. E que maravilha trabalhar assim, né?
Esses texto é um exemplo de como os estereótipos estão aí, arraigados nas nossas cabecinhas, que às vezes reproduzimos uma frase que alguém disse, há muito tempo atrás, mas que hoje já não faz mais sentido. Mulheres, não digam mais isso, não pensem mais assim; isso nos diminui enquanto gênero, nos afasta enquanto parceiras e na verdade precisamos estar muito unidas para fazer as muitas coisas que idealizamos acontecerem.
Esse post estava por sair faz tempo, mas foi em um encontro do grupo Mulheres do Brasil nesta semana que decidi que ele deveria sair logo. Quem quiser conhecer mais esse projeto, confere aqui: http://www.grupomulheresdobrasil.com.br
E uma dica de programa que ensina muito sobre essa união feminina, também conhecida por sororidade, é o Superpoderosas, da Band: https://superpoderosas.band.uol.com.br
Ah, e só para constar: hoje eu penso que, na verdade, eu prefiro trabalhar com gente!